quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Meu Regresso


Uma vez dentro de uma companhia de cruzeiros ou você se acostuma com ela e vê como é a reputação da mesma perante as outras ou você nunca mais retorna.

Existem várias cias, tais como, Costa Cruzeiros (de todas a menos pior), a MSC, a Ibero (A pior das piores... a mais horrível), Azamara, Royal Caribean (se você quer status, vá trabalhar nela, pois é a maior) e a Pullmantur (pouco conhecida no Brasil, porém a única que na Europa se volta totalmente para o público europeu)

Meu primeiro contrato foi na Pullmantur a bordo do Zenith, um navio proporcionalmente pequeno da mesma forma que os outros da companhia, era para 1.700 passageiros e as cabines da tripulação pequenas, apertadas, para quatro tripulantes, havia uma TV, telefone, banheiro e um armário para cada tripulante.

Dentre todos os meus superiores (responsáveis pelo restaurante, que eram 10) detacarei aqui apenas 3, gravem estes nomes, o Maitre Rubens (um português que detesta brasileiros) que toda vez que tem meeting (reunião) começa fazendo piadas dos brasileiros, só que elas são tão sem graça que ninguém nem sorri ou dá algum sinal de que entendeu; seu Assistent Manager, Mr Hellman (tão famoso entre agente como Maionese) que no dia do meu Sing Off (dia da minha saída) me disse que eu NUNCA mais retornaria a Pullmantur; e o Head Waiter, Mr Kim (um finlandês) que me disse, você sabe o que é melhor pra você.

Dentre esses acima havia também o Lido Manager, outros Head Waiter's e mais três supervisores (supervisores são pessoas em treinamento para este cargo. Posso destacar que no dia do meu Sign Off de todos esses apenas 2 ficaram felizes com minha saída, simplesmente pelo fato de que na Pullmantur eles dão preferência por Latinos e Assiáticos e só colocam brasileiros pois são obrigados por lei. Então se você brasileiro pensa em vir para qualquertipo de cia, engula todo o sapo do mundo nos seus primeiros três meses (período de experiência)

Minha saída foi pelo simples fato de ter que resolver problemas em terra e o Mr Hellman não me concedeu um Work Break (um período de folga) para resolvê-lo e me deu algumas opções... concluindo... quem me conhece sabe que eu que dou as opções. Não aceitei e somente escutei: - Você NUNCA mais volta pra Pullmantur!

Quanto ao fato para resolver é ótimo nessa hora poder utilizar as teclas Shift + Del mas como sou humano melhor passar por cima, não tenho raiva de ninguém pelo fato e nem qualquer outro tipo de sentimento ruim.

Em terra após resolvido fui chamado por algumas cias, a MSC (que ama escravizar) e a Cunard (que só fax cruzeiros que podemos não considerar apenas de Luxo e sim o Top, Super, Master, Hiper e sei lá mais o que de Luxo). A Cunard não faz temporada América do Sul e só vai para lugares top, tais como Inglaterra, Caribe, Florida, Miame e outros, seus navios são os mais charmosos do mundo e são da mesma linha do Titanic, é a única empresa que ainda trabalha com classes (1º, 2º e 3º Classe) em suas viagens, seus navios são todos da linha Queen... Queen Mary, Queen Elizabeth e etc.

Porém quando se está embarcado se descobre que quanto maior a cia menor o salário. Estou escrevendo este post na Rússia, as 15h (com sete horas a mais do fuso brasileiro) do dia 09 de setembro de 2012.

Quando se chega ao navio (chamado de barco) é preciso obter uma série de assinaturas, tais como: Crew Purse, responsável pela verificação do passaporte, diário do tripulante – se houver, carta de embarque, certificado de STCW-95 – um curso obrigatório, cópia dos exames e do certificado da vacina da Febre Amarela; Ship’s Doctor, responsável pela verificação dos exames originais e por lhe dar mais uma injeção ao chegar no barco; Departament Head, desse eu falo depois; Hotel Inventory Manager, esse “é o cara” pois só está abaixo do capitão – não tenha medo dele, em geral são as melhores pessoas do navio; Safety Officer, responsável pelos treinamentos de sobrevivência, uso do Life Jacket (colete) e do Safety Card (um cartão que diz onde você deve ficar caso haja evacuação do navio); Enviromental & Sanitation Officer, responsável pelas questões ambientais do navio, como separação do lixo e as leis internacionais; Secutity Officer, os “policiais” do navio e finalmente o Eletrônica Officer que no meu caso não é necessário pois não utilizo rádio e nem beeper.

Voltando um pouco a cima como disse tem o Departament Head que nada mais é que o seu chefe, ao chegar no primeiro dia o Mr Kim apenas sorriu e disse: - Não acredito que você está de volta... eu simplesmente disse: - Bons funcionários sempre retornam... ele apenas “deu” aquele tapinha nas costas, coisas de estrangeiro. Virou pra mim e disse pra voltar depois, pois meu chefe não se encontrava. Já no segundo dia retornei a oficina (nome dado pelos espanhóis a escritório) e me deparei com o Assistent Manager, Mr Hellman (o mesmo que lá em cima disse que eu NUNCA mais retornaria) que apenas me olhou e disse: - Por que está reembarcado? Você não pode voltar! Quem te colocou aqui?... Na hora me deu vontade de falar: - Você é apenas responsável pelo restaurante de UM navio e não pelo RH INTEIRO da empresa! Mas apenas “engoli o sapo” e respondi: - A Tânia, responsável pelo RH!

No fundo ele sabe que fui um bom funcionário tanto que no treinamento de segurança ele entrou, eu estava de costas e ele me cumprimentou, e no momento em que eu o informei sobre minha bagagem ele apenas falou pra que eu ficasse em minha cabine descansando até ser resolvido pois eu não tinha como trabalhar sem roupa e aqui na Europa se compra a calça social e a blusa de colarinho branca ao contrário de quem embarca no Brasil e eu não iria comprar uma coisa que está na minha mala, conclusão, três dias de descanso.

Como estou dormindo bastante, hoje pela tarde me deitei e lembrei de uma fala da minha mãe antes de reembarcar: - Tem certeza que vai trocar sua cama macia e grande por aquela dura e pequena do navio? Bom, ela é pequena, porém bem macia. Ela disse isso pois meu primeiro embarque foi no Zenith e lá as cabines eram minúsculas como citado no 3º parágrafo e aqui são pra três, tem frigobar e o espaço interno é muito maior, dá até pra deitar no chão que é carpetado, coisa que no Zenith é impossível! As cabines são proporcionalmente grandes, mas infelizmente estou com dois hondurenhos super desorganizados. Lá no Zenith éramos desorganizados dentro dos armários, porém não na cabine, pois aqui eu tropeço em sapatos, malas e fios espalhados pelo caminho. Mas graças a Deus um vai embora dia 7 de outubro e o outro dia 1º de novembro de 2012. Espero que venham pessoas iguais a mim, organizadas dentro das cabines e desorganizadas apenas no armário.

Devido a algumas interrupções durante o dia, estou terminando este post às 00h34min do dia 10 de setembro de 2012 aqui da Rússia, coisa que no Brasil seria 17h35min do dia 9 de setembro de 2012... Isso significa que eu terei dois aniversários no ano... dia 13 de outubro de Valencia, Espanha e dia 13 de outubro do Rio de Janeiro, Brasil... rsrs

Simone Roldão, venda bastante o Empress (Imperatriz no Brasil) pra eu ter mais comissões e gorjetas aqui hein! Pode ser em 100x sem juros como a CVC faz mesmo! rs

Me despeço aqui de todos... beijos e abraços fortes na família!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Um pouquinho de minha saida....


No dia 7 de setembro de 2012, juntamente com minha prima Nena e o Luciano, saimos de minha casa para o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, por encrivel que pareça o transito no Rio estava fluindo, chegamos lá e vimos a fila do check-in na Air France enorme. Aguardei até meu atendimento que foi tudo impecável. Um ótimo atendimento.

Me despedi dos que estavam comigo e fui até o portão de embarque. Tudo foi muito normal.

Enquanto estava na sala de embarque aproveitei a Wi-fi do Galeão e me conectei ao facebook (www.facebook.com/jefersoncribeiro), dai conversei com algumas muitas pessoas e liguei pra outras... falei com minha mãe, meu pai, minha tia Ione, meu amigo Dinho e Guilherme.

O mais engraçado é que passei a semana toda imaginando como seria o voo e minha chegada a uma terra fria e distânte.

Na aeronave todo o procedimento foi muito rápido e até o comissário que não sabia falar português tentou fazer mimica comigo. Ao meu lado havia dois senhores impacientes com a tela touch da poltrona, durante quase todo o voo eles bateram na pobre coitada.

Fui bem servido e de jantar comi uma salda ótima... camarão cozido com pedaços de pepino cru e pedaços de manga não muito maduras. Ah! o penne estava senssácional!

O voo estava ótimo, reclinei a poltrona e fui agradecer a Deus pelo que estava me proporcionando... "Deus, obrigado pois já estamos terminando de atravesar o Atlântico e não houve nenhuma turbulência... ... ... ... Amém". Ai o comandante às 20h45 (horário de Brasilia) pede para afivelar os sintos pois entraríamos em zona de intabilidade, ou seja, vem aí TURBULÊNCIA. Estavamos sobrevoando as Ilhas Maiorca. Nem acreditei, se já é horrivel turbulência sobre a terra, imagina no mar? Ficamos aproximadamente em 20 minutos em zona de instabilidade.

Tentei dormir algumas vezes mas infelizmente a Pullmantur pagou minha passagem na classe econômica, ou seja, muito apertada. É melhor dormir no trem da Central do Brasil. finalmente consigo pegar no sono, após ver quase todos os filmes que haviam em português. Então, derrepente sou acordado com um singelo sorriso... "- Senhor, seu café da manhã"... gente era simplesmente uma e meia da manhã (horário de Brasilia) sendo que já estavamos na Europa e eram cinco e meia da manhã. O voo só chegaria em Paris as 8h.

O voo estava tranquilo até demais, ficou super intediante, pedi a Deus pra voltar a balançar um pouquinho aquele Boeing 747-400 pra eu saber que ele estava voando mesmo, mas não balançou... rs

De cima fiquei avistando a tão famosa Cidade Luz, na verdade não vi nada de tão impactante assim, a Torre Eiffel parece mais uma escultura ou algo do tipo de madeira e a cidade parece até uma maquete (fala de minha mãe)

Cheguei ao aeroporto Charles de Gaulle que na minha opnião foi projetado por um arquiteto português, veja só como estavam as placas... Terminal 2... 2A... 2B... 2D... 2G e pra ir para o bendito 2D primeiro você ia até o 2G pra chegar no 2F, sair pelo desembarque e entrae no 2C! Conclusão... de onde desembarquei até onde fiz a conexão eu andei exatamente vinte e cinco minutos. Entranto novamente para o terminal, passei pelo raio-x e tive que jogar fora meu creme de pentear e meu condicionado Healder & Showders fora, pois a marca não tinha permissão de entrada no país. Que ódioooo!

Em Paris estava tão quente que me sinti no Rio de Janeiro porém tinha alguns ventos frios e quando eu espirrava todo mundo olhava e fazia uma cara do tipo... "esse tá contaminado"

Fui todo ancioso pro PC... país de primeiro mundo tem net rápida e grátis... que nada... tinha que pagar trinta e cinco centavos (em Euro) por minuto... quase R$ 1,00 por minuto. Lógico que não usei.

Decidi dormir no saguão mesmo... dei um cochilo e quando acordei tinha uma criançinha do meu lado, branca, loura, olhos claros e devia ter no máximo uns cinco anos, e me perguntou: "Ça vá?", em português "Tá bem?"... respondi "Trè bien", "Muito bem" e ele saiu para brincar com o irmão.

Embarque iniciado para Helsink, fui em uma empresa da Finlândia chamada Finnair, neste voo eu dormi horrores, ele estava vazio e as poltronas eram espaçossas. As comissárias eram engraçadas... velhas, com cabelo pro alto (pareciam que tinham feito aquele milagre que Deus inventou que alisa o cabelo e depois peou sereno) umas roupas engraçadas, uniforme horrível (e olha que tem gente que fala do uniforme da Azul Linhas Aéreas).

Enquanto chegavamos no destino eu avistava a cidade do alto e vi umas favelinhas nos arredores do aeroporto, me perguntei: - Voltei pro Rio? Assim que sai da aeronave, fui correndo procurar um lugar pra me conectar e finalmente naquela "Fim"lândia tinha wi-fi grátis... onde conversei com meu irmão e uma amiga da familia. Porém o tempo de conexão lá era muito curto e não pude falar o suficiente.

Lá estava tão frio que meu nariz estava ardendo e quando fomas pra aeronave, todo o procedimento que a Passaredo faz eles não fazem, é tipo assim, coloca todo mundo no ônibus, o mesmo leva, desembarca todos os passageiros na porta da aeronave e sai, dai não tem ninguém pra colocar as prioridades na frente e fazia um vento tão fria que parecia uma faca entrando em você. Na aerovane a comissária pediu pra eu mudar de assento, pois havia uma mulher com criança de colo na saída de emergência, daí disse que eu era estrangeiro e que não podia, ela repondeu "não tem problema". E ainda colocou a senhora com a criança do lado de um gordão. Pensei no Gabriel (da P3) lá... ele já gosta de mandar e se vise o jeito como trabalha ele ia se achar o Gerente de Treinamento da empresa.

Embarque iniciado para Tallinn, Estônia... embarque numa bendita aeronave, tão famosa como turboélice, o ATR-72. Quando se decola temos que ficar com os sintos afivelados, essa aeronave é tão lerda que o voo leva 40 minutos de um lugar ao outro e ela levou 20minutos pra decolar e 20 minutos para poussar, sendo assim ficamos com o sinto o voo inteiro.

No desembarque mais um ero, pois no curso de ATR que fiz, primeiro se desembarca metade dos passageiros pra depois as bagagens. Agente ainda nem tinha começado a desembarcar e o pessoal do solo já estava tirando as bagagens e olha que os três porões da aeronave estavam cheios.

Fiquei aguardando para pegar as malas e por fim... a minha não veio de Paris!

Só poderia embarcar com os exames e com o certificado do curso STCW, que estavam na bagagem, fui pro navio para resolver lá e levei o LL (Lost Luggage ou Bagagem Estraviada).

No caminho fiquei reparando a Estônia, gente a cidade parece até uma Cidade Fantasma, dava pra contar o número de pessoas na rua e os carros que eram todos chiquérimos.

Cheguei no navio, sem mala, apenas com minha bagagem de mão, e a Crew Purse (responsável pelos tripulantes) me perguntou sobre minha documentação. Contei o que aconteceu e ela me olhou com uma cara. Me fez assinar um documento dizendo que se eu estivesse mentindo e quando minha mala chegasse meus documentos deveriam estar lá, se não o navio me desembarcaria. Então, não fui bobo nem nada, disse: - Espero que se lembre que eu sou BRASILEIRO, e como brasileiro se eu for desembarcado no exterior eu terei que ser REPATRIADO por vocês."

Ligaram pra Air France e encontraram minha bagagem, pego hoje em São Petesburgo, na Rússia.

Fiquei feliz por ter conseguido retornar, mas quando fico sozinho me lembre de tudo e todos aí no Brasil e já bate uma saudade, por isso que aqui todo mundo anda em bando... rs

Bom, estou contando os dias pra voltar, mas confesso que não como da última vez. Vai passar rápido, os dias na Europa são frios e se vão depressa. Só estou de novo na crise dos primeiros dias, com uma semana passa.

Enfim, isso foi o que me aconteceu no primeiro dia. Estou digitando às 00h45min do dia 09 de setembro e no Brasil são 18h45min do dia 08 de setembro de 2012. brevemente não farei mais as comparações entre os paises, isso dóe um pouquinho pois fico pensando no que eu estaria fazendo ou o que estaria acontecendo se eu estivesse ai. Sendo assim, toda ves que eu colocar hora, calcule menos 6!

Até o próximo post... tentarei me adaptar ao horário! Beijos a todos e um forte abraço na família.